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OPINIÃO: DO MELHOR AO PIOR - Sétima etapa MX1GP Brasil - Brumadinho/MG

  • Foto do escritor: Victor Mantovani
    Victor Mantovani
  • 20 de ago.
  • 3 min de leitura

Núu... tô completamente mineirado depois dessa etapa, Zé.


Amar o esporte, caros leitores, é aceitar, com a nobre resignação de um monge zen e a teimosia de um piloto em curva em marcha solta batendo corrente, que vamos envelhecer com ele. Não por obrigação, mas por afeição. Vide os nossos gloriosos veteranos das categorias "Over", aqueles que já pagaram seus boletos, fecharam seus ciclos olímpicos (ou quase), e agora competem com aquele olhar de quem diz: “Estou aqui pra me divertir… mas se puder ganhar, melhor ainda”.


E que dizer da presença mítica de Jorge Negretti na MX5? Agora, sonhar com uma repescagem nostálgica incluindo Massoud, Saçaki, Nuno Narezzi, Rafa Ramos e afins… é flertar perigosamente com a utopia. Claro, cada um com suas prioridades, agendas e lombares, mas que seria icônico, ah, seria.


Jorge Negretti - Imagem: 810 Company
Jorge Negretti - Imagem: 810 Company

E se você abriu esse texto na esperança de ler o nome Caio Lopes, parabéns, você acertou, como não citar? O cara protagonizou, sem sombra de dúvida, a pilotagem mais bonita do fim de semana. E Christian Mascary, sempre ele, com sua narração que beira a clarividência, verbalizou em segundos aquilo que eu havia sentido há segundos atrás: “o que o Caio vai fazer na última volta?”. E Mascary, quase como um xamã do microfone, previu a frase em sua narração.


Aliás, se há algo verdadeiramente folclórico nesse nosso universo são os comentaristas de teclados na transmissão da sportbay, muitos, talvez, frustrados com seus próprios traumas mal resolvidos sobre duas rodas, querem legislar sobre humildade em última volta. GALERA, AGORA É PROÍBIDO ENTORTAR SE VOCÊ VENCER, OK?


E o Bernardo, hein? Arrancou a vitória do Bratschi na unha. Estratégia visível: cozinhar e atacar nos minutos finais. Execução impecável. German Bratschi é outro, moleque promissor, neste a 595 acertou em cheio. Aliás, na base a 595 vai muito bem! E se eu fosse o Kiryllos, cuidaria bem do Copetti, porque em 2026, vai ter time grande fazendo fila na porta por ele.


Agora, deixem-me render minhas palavras ao belga Horebeek. Mea culpa: quando o anunciaram, achei que seria apenas mais um a engrossar o pelotão e disputar beliscadas com Fábio, Rubini e Aranda. Mas não, o sujeito sobrou. Classe pura, pilotagem de manual europeu, talento de quem poderia tranquilamente na atualidade figurar num top 10 do AMA ou MXGP sem corar. Já Aranda que veio como uma grande promessa a mudar o jogo, mantenho minha posição anterior.

Bernardo Tibúrcio e Caio Lopes - Imagem: 810 Company
Bernardo Tibúrcio e Caio Lopes - Imagem: 810 Company

E, por fim, uma confissão: achei que Fábio tinha entregado o campeonato naquele depoimento no Victory Zone: “vencer é fácil, difícil é se manter campeão”. Saltei do sofá, teatral, como se fosse comentarista desses de programa de futebol, e profetizei ao meu pai que sentava ao meu lado: “Perdeu o título”. Pois bem, errei, fui moleque. Rubini tem mais velocidade, melhor parceiro de equipe, mas talvez falte-lhe aquele aço psicológico a lá Cooper Webb. Fábio, ainda que alguns milésimos mais lento, parece feito de titânio emocional (quanto atleta). E é isso que faz deste campeonato um dos mais deliciosos dos últimos tempos. Talvez o melhor desde o ano passado, e olha que o do ano passado foi pra deixar cardíaco inquieto.


Pódio MX1: Imagem: 810 Company
Pódio MX1: Imagem: 810 Company

Me despeço por ora, porque a próxima parada é em Rio Verde/GO, terra de PV Cunha, no dia 31 de agosto. Estaremos aqui, ou em algum canto do streaming.


Um abraço de seu amigo de sempre.


*Agradecemos a 810 Company por ceder as imagens

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