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Entrevista Christian Mascary

  • Foto do escritor: Victor Mantovani
    Victor Mantovani
  • 22 de jan.
  • 6 min de leitura

Christian Mascary é mais que um narrador. Ele é a voz que ecoa pelas pistas do Brasil, traduz o som dos motores e a adrenalina em pura emoção. Seu estilo único e seus bordões icônicos, como o famoso “pro giro, pro giro” e "vem que tô te vendo, garoto", são marcas registradas que o transformaram em uma referência no motocross nacional. Desde o início, lá em 2003, quando aceitou o desafio de narrar sem nem conhecer o mundo do motocross, até se consolidar como um dos grandes nomes da locução esportiva no Brasil, Christian construiu uma trajetória movida pela paixão, dedicação e muito amor pelo esporte .

Neste papo, ele nos leva pelos bastidores de sua carreira, revela os altos e baixos de ser a voz das competições, fala sobre suas inspirações e compartilha as histórias que o ajudaram a moldar seu legado. Prepare-se para mergulhar e descobrir o que move esse gigante da locução, que leva o motocross a um nível de emoção que só quem ama o esporte entende. Aqui, como sempre, a vibe é autêntica: acelera que a conversa tá “pro giro, pro giro”!





Victor (Roots Mx): Christian, confesso que estou muito feliz em tê-lo por aqui e muito ansioso por essa entrevista. Primeiramente, como você está?

 

Christian Mascary: Graças a Deus estou super bem e muito feliz, principalmente com o momento profissional que estou vivendo.

 

Victor (Roots Mx): Como foi o início da sua carreira? Antes de se tornar locutor, você já teve outras profissões? Se sim, quanto tempo levou até você viver somente da locução/narração?

 

Christian Mascary: Eu comecei narrando um motocross em Carmo da Mata, interior de Minas, cidade que moro atualmente, em 2003. Eu trabalhava na rádio da cidade apresentado programa musical e me chamaram pra narrar. Eu não sabia nada de motocross, mas aceitei o desafio e me apaixonei. Trabalhei em várias rádios da região com programas musicais e narrações de futebol. Em 2018, eu me dediquei exclusivamente à locução de motocross e passei a viver das locuções esportivas, narrando atualmente, o Motocross, Supercross, Arenacross, Motovelocidade e Drift.

 

Christian Mascary como repórter no estádio do Mineirão
Christian Mascary como repórter no estádio do Mineirão

Victor (Roots Mx): Com tantas experiências, qual delas você considera a mais desafiadora? O que cada uma tem de diferente para você?


Christian Mascary: O motovelocidade e o drift tem sido um desafio diferente, porque fazem somente 3 anos que estou narrando e ainda tenho muito a aprender. São modalidades totalmente diferentes umas das outras. O motovelocidade é muito rápido e precisa ter uma atenção ainda maior pra identificar os pilotos. O drift tem a nomenclatura de manobras totalmente diferente. Mas elas me permitem expor todas as minhas emoções como no motocross.

 

Christian Mascary no autódromo de Interlagos
Christian Mascary no autódromo de Interlagos

Victor (Roots Mx): Na sua trajetória como locutor, houve algum momento que você considerou o mais difícil durante uma narração? O que aconteceu e como você lidou com a situação?


Christian Mascary: Acho que o momento mais difícil foi o início no Brasileiro de Motocross. O maior campeonato de motocross do Brasil e eu tinha a missão de substituir um dos maiores nomes da locução esportiva e que esteve à frente do campeonato por muitos anos. Recebi muitas críticas, algumas até duras demais que quase me fizeram desistir, mas o Firmo, ex-presidente da CBM e que eu tenho gratidão eterna por tudo que fez por mim, sempre dizia que eu deveria me preocupar em fazer o meu trabalho e buscar melhorar sempre. Deu no que deu kkkkk.

 

Victor (Roots Mx): Você percebe alguma mudança significativa na forma como o motocross brasileiro é apresentado e consumido pelo público ao longo dos anos?


Christian Mascary: Com as transmissões das etapas pela internet, hoje as pessoas tem total acesso às corridas e às informações. Antigamente, era somente através da mídia escrita e as vezes demorava pra se ter acesso às notícias. Recebo muitas mensagens das pessoas em casa, em tempo real, fazendo aquele churrasco e nos assistindo. Hoje o nosso esporte é muito maior, por causa da informação em tempo real.

 

Victor (Roots Mx): Falando sobre a sua carreira, há algum momento que você considera o mais marcante até hoje? O que fez esse acontecimento ser tão especial para você?


Christian Mascary: Sem dúvida nenhuma foi a minha estreia no Brasileiro de Motocross, nos dias 28 e 29 de outubro de 2011, na cidade de Nova Alvorada do Sul/MS. Ali, eu dava início ao momento mais marcante e importante da minha carreira profissional e que me proporcionou o que vivo hoje.

 

Victor (Roots Mx): Você tem algum "ritual" ou preparação específica antes de narrar uma grande corrida? Existe alguma técnica ou segredo para manter a voz firme durante todo o evento, especialmente quando as emoções estão à flor da pele?


Christian Mascary: Eu sempre oro pedindo a Deus e ao Espírito Santo que me ilumine, que eu não prejudique ninguém com as minhas palavras, que Ele cuide da minha voz e que cuide e proteja cada um de nós, inclusive os pilotos. Eu não tenho alguma técnica específica pra manter a voz durante os momentos de emoção. Só uso o meu coração e ele até hoje não falhou.

 


Christian Mascary durante narração | Foto: Rodrigo Júnior
Christian Mascary durante narração | Foto: Rodrigo Júnior

Victor (Roots Mx): Falando um pouco sobre sua marca registrada, como surgiu o bordão “pro giro, pro giro”? Foi algo pensado com antecedência ou ele surgiu de forma natural durante as corridas?


Christian Mascary: Ele surgiu natural, assim como o “Vem que eu tô te vendo”. Um dia, eu estava narrando um prova de estadual e estava dentro da pista, próximo do gate e pude perceber o barulho do motor das motos e pra mim, soava como se fosse a palavra giro e aí saiu. Eu nunca imaginei que viraria algo tão forte como é hoje. Eu agradeço às pessoas por esse carinho gigante.

 

Victor (Roots Mx): Sabemos que há uma necessidade de imparcialidade ética e profissional, mas em algum momento você já sentiu que estava torcendo de forma mais intensiva por algum piloto ou atleta específico dentro do motocross? Como você lida com essas emoções pessoais enquanto mantém a postura profissional?


Christian Mascary: Eu gosto de todos de forma igual. É claro que tenho um pouco mais de afinidades com alguns, até por causa de amizade e proximidade, mas eu aprendi, dentro das narrações de futebol, a usar sempre a imparcialidade e consegui levar isso em todas as modalidades que narro. Às vezes eu narro com um pouco mais de entusiasmo, um bom pega, uma corridas de recuperação e outras coisas que mexem mais com a emoção, mas o respeito por todos os pilotos estará sempre em primeiro lugar.


Victor (Roots Mx): Você já teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes do motocross brasileiro, como Wellington Garcia, Rafael Ramos e Leandro Silva. Como é/foi essa experiência para você? O que você aprendeu ao lado desses atletas, tanto dentro quanto fora das pistas?


Christian Mascary: Sempre trabalhei com grandes nomes do nosso esporte e sempre pude aprender muito sobre a história que cada um deles viveu e o que eles representam para o nosso esporte. E conhecendo a história deles, eu pude ver o quão gigantes eles são como pessoa e isso me motiva cada mais, a trabalhar sério e com dedicação para que um dia, eu possa fazer parte da história do motociclismo nacional, como eles fazem.

 

Victor (Roots Mx): Você já teve algum ícone como referência no início da sua carreira, seja na narração ou como fã do esporte? Como esse ícone influenciou sua forma de trabalhar?


Christian Mascary: Eu sempre digo que minha inspiração é Valério Netto. Vê-lo narrando com a emoção que ele tem e os bordões. Isso tudo sempre me inspirou. E que bom que tive a honra em poder trabalhar com ele várias vezes, assim como com Zezito que é um ícone das locuções esportivas do Brasil e que também tive a honra de trabalhar com ele.

 


Valério Netto e Christian Mascary nos bastidores da narração em Sorocaba/SP | Foto: Victor Mantovani
Valério Netto e Christian Mascary nos bastidores da narração em Sorocaba/SP | Foto: Victor Mantovani

Victor (Roots Mx): Se você pudesse dar um conselho para os narradores mais jovens ou iniciantes que estão começando, o que diria para eles?


Christian Mascary: Nunca desistam de seus sonhos. Tive momentos em que pensei em desistir, mas meu sonho sempre falou mais alto. Respeite todos, dentro e fora das pistas e tenha muito cuidado com o que falam. Isso pode prejudicar a vida de um atleta e ser humano. E por fim, faça com amor. Muito amor.


BATE BOLA 

Ídolo internacional: Carmichael

Ídolo nacional: Meu pai

Comida preferida: Uma boa parmegiana

Filme/série preferida: Sou fã dos filmes de ação. Gosto muito da trilogia do Protetor.

Estilo musical: Rock

Deveria ter mais no motocross: Mais incentivo das empresas

Deveria ter menos no motocross: Cobranças excessivas sobre as crianças

Hobbies: Jogar videogame

Sonho realizado: Narrar tudo que narro hoje

Sonho não realizado: Narrar uma etapa do mundial

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